VERDADE
Drummond
A porta de verdade estava aberta,
mas só deixava passar meia pessoa de cada vez.
Assim, não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil da meia verdade.
E sua segunda metade
Voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma das outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
Seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
4 comentários:
minha linda Carmen, que bom que colocou estes versos de C.Drummond!pqe assim eu releio ele....que tanto gosto e meus livros estao em outro pais, na Holanda e aqui nao encontro livros em portugues!!!
beijos e saudades
Maravilha, Myra...
um grande beijo.
muito bom .. esse cara é gênio !
bjs tia carmem
é um orgulho ter teu comentário aqui, João. um sobrinho que eu admiro e amo tanto.
bjs!
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